Uso de energia renovável é destaque no combate às mudanças climáticas

Foto de Nicholas Doherty na Unsplash

No último mês, o World Conference Fórum 2023 (WEF) foi realizado em Davos, na Suíça, sob o lema “Cooperação em um Mundo Fragmentado” para lidar com desafios globais urgentes e fomentar a confiança na capacidade de promover soluções para o futuro. O uso de fontes de energia renováveis foi um dos principais tópicos discutidos no WEF, com o tema Climate First (Clima em primeiro lugar, em português). 

O evento reuniu cerca de 2,5 mil chefes de estado e de governo, CEOs de empresas, representantes da sociedade civil e meios de comunicação. O objetivo é trabalhar juntos para moldar os princípios, políticas e parcerias necessárias para enfrentar os desafios de 2023. Neste cenário, ainda que o investimento em energias verdes seja um assunto comum no discurso dos líderes globais, a ação ainda é lenta. 

O Ministro de Finanças da França, Bruno Le Maire, afirmou que é preciso investir mais em hidrogênio, semicondutores, painéis solares, energia nuclear e energias renováveis para alcançar independência energética, crescimento e enfrentar as mudanças climáticas.

Perspectivas da energia renovável no Brasil

Neste contexto de energias verdes, o Brasil é promissor. A Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) afirma que o País tem mais de 1.500 GW de potencial em eólicas onshore e offshore e ocupa a sexta posição no ranking global de capacidade instalada onshore. A indústria eólica no Brasil tem um papel crucial na luta contra a emergência climática. O Nordeste, por exemplo, é a região líder em energias renováveis no território nacional, abrigando cerca de 90% da capacidade instalada de eólicas. Vale ressaltar que será a primeira região a receber uma planta de hidrogênio verde.

De acordo com o portal H2Verde Brasil, o Hidrogênio Verde é produzido com eletricidade de fontes limpas e renováveis, como hidrelétricas, eólicas, solares e biomassa/biogás, além de ser carbono zero, sem emissões de CO2. 

Dito isso, embora haja boas notícias, há desafios a serem superados. A quantidade de energia renovável gerada é superior à capacidade de conexão com a rede de distribuição. Para alcançar a meta de emissões de carbono zero, a geração renovável precisa ser aumentada de cinco a seis vezes até 2040 para ser conectada à rede.

Aumento da capacidade instalada de energia renovável

O Brasil está aumentando suas fontes de geração de energia elétrica renovável, para além da hidráulica. Já estão sendo colocados em prática projetos com as energias eólica, solar e da biomassa. Sendo assim, o País posiciona-se como líder mundial na produção de energia sustentável, pois possui 48% de fontes renováveis na sua matriz energética, enquanto o resto do mundo tem apenas 14%. 

Em janeiro de 2022, o Governo Federal criou um decreto para regulamentar a cedência de uso de espaços físicos e recursos naturais em águas do mar sob domínio da União para geração de energia elétrica. O primeiro leilão de energia eólica offshore é esperado para acontecer ainda este ano.

No momento, o Brasil possui 70 projetos de instalação de turbinas eólicas offshore em análise pelo Ibama. Destes, 21 estão localizados no Rio Grande do Sul e 21 no Ceará. A ABEEólica espera que a geração de energia comece em 2027. De acordo com o PNE, a oferta de energia renovável em 2050 será composta por 700 GW de energia eólica offshore, 362 GW em eólicas onshore e 307 GWp em solares. Há também um potencial inventariado de 52 GW em hidrelétricas.

A expansão da oferta de energia renovável no Brasil tem o potencial de ativar a economia, impulsionando cadeias produtivas relacionadas à geração e transmissão de energia renovável, tais como fábricas de equipamentos eólicos, hídricos e fotovoltaicos dentro do País.

Energia verde e desenvolvimento 

A construção de parques eólicos no Brasil resultou em quase 196 mil empregos de 2011 a 2022, com uma média de 10,7 empregos por MW instalado. O investimento em parques eólicos também teve um impacto positivo no PIB e no IDHM dos municípios, com um aumento de 21,15% no PIB e 20% no IDHM. 

Segundo a diretora de Relações Institucionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mônica Messenberg, a expansão dos parques eólicos trouxe benefícios para a economia, incluindo geração de emprego e renda, inovação tecnológica e desenvolvimento de novos modelos de negócios, melhorando a competitividade da indústria brasileira.

Descarbonização

Vale destacar que durante a COP27 foi ressaltada a importância de manter o aquecimento global a 1,5 graus Celsius, aplicar uma economia de baixo carbono e impulsionar o aumento do uso de energia renovável. 

Os discursos das autoridades em Davos concordam com esse caminho. É consenso que a inserção de energias renováveis leva à mitigação das emissões de GEE, por isso, a mudança da geração de energia fóssil para fontes renováveis torna-se fundamental para combater as mudanças climáticas e alcançar a sustentabilidade. 

A crise na Ucrânia, que resultou na queda das exportações russas, levando ao choque nos mercados de gás natural, de carvão e de eletricidade, além da escassez global de combustíveis fósseis, destacam a necessidade de acelerar a transição energética e evitar que essa crise de gás prejudique as fontes renováveis de energia. 

Em suma, a próxima década é crucial para alcançar as metas climáticas e proteger a biodiversidade. No WCF, os presentes reafirmaram que é preciso impulsionar um trabalho conjunto para atingir esses objetivos. 

A Semac representa renomadas marcas europeias no Brasil e na América Latina, como Behringer e HAEUSLER, oferecendo diversas soluções para o setor eólico, como calandras de quatro rolos, modelos VRM cilíndricos ou cônicos para chapas metálicas, modelos de máquinas de corte de perfis para a produção de torres treliçadas, estruturas metálicas e outros tipos de torres. Confira as soluções!

Autor: Fredy Schneider, sócio e diretor comercial da Semac.

Texto originalmente publicado no Linkedin: bit.ly/40RLu0L