Desafios e oportunidades na indústria brasileira em 2023

Após dois anos de pandemia, 2022 se apresentou como um período de grandes desafios e oportunidades para a indústria, como a interrupção da cadeia de suprimentos, sustentabilidade e rotatividade de colaboradores. Com a chegada de 2023, esses fatores continuarão, mesmo com o surgimento de outros. 

Desse modo, o ano começou marcado por um momento de novos planejamentos e investimentos. Até porque, no último ano, houve a expansão da busca das corporações em apostar na tecnologia, conectividade e equipamentos que asseguram grandes níveis de produção. Sendo assim, 2023 vem para consolidar essa movimentação. 

Desafios trazem oportunidades na indústria

Para a indústria latino-americana, em especial, será um ano de grandes desafios e, mas também de muitas oportunidades. O ímpeto da América do Norte levará os mercados a uma recessão curta, mas significativa, que apresentará um cenário interessante para a região, dada a lacuna existente onde as influências dos EUA e do Canadá se manifestarão.

Vale destacar que, de 2013 a 2019, o Brasil viveu um processo de desindustrialização, com a perda de 28,7 mil indústrias e 1,4 milhão de empregos no setor. Por exemplo, a Ford North America fechou a fábrica da Troller em Horizonte, Região Metropolitana de Fortaleza/(CE), deixando 446 trabalhadores desempregados. A empresa transferiu sua produção para a Argentina, enquanto as unidades de Camaçari/ (BA)  e Taubaté (SP) também foram fechadas, com a demissão de 5mil pessoas. Além disso, as montadoras alemãs Mercedes Benz e Audi, as farmacêuticas Roche (Suíça) e Eli Lily (EUA), e a japonesa Sony, de eletrônicos, também anunciaram suas saídas do Brasil.

Por isso, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) acredita que a renovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), é fundamental para reverter o processo e fortalecer a indústria nacional a fim de atingir um desenvolvimento socioeconômico sólido. Neste cenário, de acordo com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, que assumiu o MDIC, o fortalecimento do setor será a principal missão do Ministério, pois considera a reindustrialização essencial para um crescimento sustentável. 

Perspectivas do setor

Um dos fatores que impulsionam tal crescimento é o investimento, algo que o setor químico vem liderando na indústria brasileira. Segundo dados de pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de inovação da indústria química chegou a 87% em 2021, colocando o setor no topo do ranking. Em seguida, estão empresas de informática, eletrônica e ópticas (86,5%) e veículos automotores (84,7%). 

Do universo de 9,4 mil empresas de indústrias extrativas e de transformação com mais de 100 funcionários, cerca de 70,5% introduziram algum produto novo ou aprimorado em uma ou mais funções de negócios. Grandes empresas com mais de 500 funcionários alcançaram uma taxa de inovação de 76,7%.

Oportunidades da indústria e tecnologia

A inovação tecnológica e automação estão lado a lado com a agilidade em momentos cruciais como uma pandemia. Deste modo, a nuvem ganhou grande importância na forma como os processos são desenhados, operados e gerenciados. Portanto, a pandemia pode ter impulsionado todas as indústrias a desenvolverem um senso de urgência em digitalizar suas operações.

Logo, um dos grandes desafios dos setores será compreender em que ponto estão em relação ao uso da tecnologia e, ao mesmo tempo, como avançar para o próximo nível operacional. Centralizar suas operações, monitorar remotamente o que está acontecendo em suas plantas, além de entender como obter o sistema de segurança ideal para protegê-los de ataques cibernéticos. 

Tudo isso em resposta às necessidades de sustentabilidade, que não é somente uma questão da indústria, mas um problema humano, porque quando as empresas demonstram que estão em concordância com as boas práticas, se tornam relevantes para o mercado.