O Metaverso é uma realidade virtual imersiva que tem o potencial de revolucionar a forma como interagimos e experimentamos o mundo digital e o real. Embora seja frequentemente associado ao entretenimento e ao setor imobiliário, com cidades virtuais de sonho cheias de mansões e escritórios ultra-modernos vendidos por milhões de dólares, o verdadeiro potencial do Metaverso pode estar no setor industrial.

Conhecido como metaverso industrial, essa nova fronteira digital pode mudar a forma como as empresas criam, produzem e mantêm seus produtos e processos. De acordo com Gartner, até 2026, 30% das empresas em todo o mundo terão produtos e serviços meta-prontos. 

Agora, imagine construir uma fábrica de automóveis completamente virtual, onde todos os testes e experimentos podem ser realizados sem os custos e desafios logísticos da produção presencial. Isso pode impulsionar ainda mais a inovação e a eficiência na produção industrial.

Vamos a outra situação: Quando uma máquina quebra em um local distante, pode ser difícil e caro encontrar mecânicos locais qualificados para consertá-la, não é mesmo? Mas com tecnologias como os óculos de realidade mista, mecânicos especializados em outro país podem ajudar a consertar a máquina remotamente, vendo e ouvindo tudo o que está acontecendo em tempo real. 

Isso será possível graças à tecnologia Digital Twin, que permite a criação de “gêmeos digitais” de maquinários e processos de fabricação, simulando toda a linha de produção com grande precisão, possibilitando o melhor aproveitamento dos ativos, a manutenção preditiva de máquinas e equipamentos, e a redução de riscos de acidentes de trabalho. 

A simulação do Digital Twin é realizada em um ambiente virtual, onde todos os detalhes do universo físico, como as especificações das máquinas e dados técnicos, são copiados com exatidão para o software. Isso cria uma integração perfeita entre as duas realidades, física e virtual. Sendo assim, tal tecnologia permite que usuários naveguem no ambiente virtual com uma sensação de presença mais realista, possibilitando visualizar de forma mais detalhada e imersiva as máquinas e sistemas em operação. 

Além disso, a interação com colegas de trabalho para resolver problemas será ainda mais eficiente, uma vez que será possível se comunicar e colaborar de forma mais próxima, uma vez que, com o Digital Twin, ao usar os óculos, o usuário é capaz de visualizar hologramas do mundo digital interagindo com o mundo real à sua frente. Como exemplo, em uma chamada no Microsoft Teams, um engenheiro alemão poderia ver o que seu assistente está vendo em São Paulo e se comunicar com ele por meio de voz. É possível testar e simular diferentes cenários de produção, identificar gargalos e pontos de melhoria antes mesmo de implementá-los no mundo físico. 

A adoção antecipada dessa tecnologia já está mostrando resultados positivos na indústria, pois tem aumentado a produtividade e a eficiência, além de aumentar a segurança e permitir maior flexibilidade em setores industriais. De acordo com a empresa de consultoria de mercado de tecnologia global ABI Research, o mercado de gêmeos digitais industriais crescerá de US$ 3,5 bilhões em 2021 para US$ 33,9 bilhões em 2030.

Isso porque o uso de gêmeos digitais no setor industrial tem se mostrado extremamente valioso para aprimorar a eficiência e o desempenho das operações. Até agora, eles têm sido utilizados principalmente para monitoramento e análise de equipamentos e processos. No entanto, como mencionei, o potencial do metaverso industrial vai muito além disso.

Com a combinação de tecnologias emergentes, como recursos de processamento de borda e nuvem, redes sem fio 5G privadas e novas tecnologias de detecção, interface e IA, é possível criar gêmeos digitais de sistemas inteiros. Isso significa que, em vez de apenas ter um modelo digital de uma única máquina ou dispositivo, é possível ter uma réplica digital de uma fábrica inteira, um aeroporto, um terminal de carga ou até mesmo uma cidade.

Desse modo, o metaverso é uma tecnologia com possibilidades infinitas e veio para ficar. A partir de agora, a responsabilidade recai sobre as empresas de todo o mundo de adotá-lo em algum momento, cedo ou tarde. Isso porque tecnologias como realidade aumentada (AR), realidade virtual (VR) e inteligência artificial (IA) não apenas permitem que as empresas se adaptem às mudanças futuras, mas também permaneçam competitivas em um cenário em constante evolução.

Com o metaverso, a indústria do futuro foi aberta, permitindo que as empresas simplifiquem suas operações, alcancem eficiências e ofereçam novas experiências aos seus clientes e funcionários, experiências que antes eram inimagináveis. Portanto, a adoção do metaverso é crucial para o sucesso das empresas no futuro e é importante que elas estejam dispostas a explorar todas as possibilidades que essa tecnologia pode oferecer.

Escrito por Fredy Schneider, Diretor comercial na SEMAC
Publicado originalmente em: https://shorturl.at/klrG4