Hidrogênio verde: a fonte energética do futuro?

Imagem: Freepik

Desafios e oportunidades cercam o tema, mas debate e ação conjunta são essenciais para explorar as oportunidades rumo a uma matriz energética mais limpa e um futuro sustentável.

O hidrogênio verde é um tema de extrema relevância pelo seu potencial transformador na transição energética global para fontes de energia mais sustentáveis. Contudo, o tema é especialmente estratégico para o posicionamento de destaque do Brasil na cadeia global de valor, podendo alterar positivamente a balança comercial do país, que já é a nação com a matriz energética mais limpa do mundo e tem grande potencial na geração de energia eólica e solar.

De acordo com centros de pesquisa e agências internacionais de energia, o hidrogênio verde tem o potencial de superar o petróleo como principal commodity energética do mundo a partir de 2030. Essa síntese, apresentada pelo professor Nivalde de Castro, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o destaca como elemento-chave para atingir as metas de descarbonização.

Mas é claro que, como qualquer mudança dessa magnitude, ainda há muitos desafios para o sucesso desta transição. Um dos principais é o custo inicial de investimento em infraestrutura para a produção de hidrogênio verde, que requer planejamento financeiro sólido e apoio de políticas governamentais para tornar o investimento mais acessível. Além disso, a eficiência energética da eletrólise – processo físico-químico utilizado para produzir o hidrogênio verde – precisa ser aprimorada através de pesquisas e desenvolvimento contínuos para garantir que a energia empregada não seja desperdiçada e para que se tenha um retorno adequado do investimento realizado.

Outro ponto crucial é a necessidade de criar uma infraestrutura adequada para o transporte e armazenamento seguro e eficiente do hidrogênio. Isso implica priorizar ações no setor de transportes, que também está passando por uma transição para fontes mais limpas, como biocombustíveis e carros elétricos. A captura de carbono no setor petroquímico também é uma ação imprescindível para tornar a produção de hidrogênio verdadeiramente verde e sustentável.

Mesmo assim, já há no mercado iniciativas avançadas no nosso setor. É o caso da @Test-Fuchs GmbH, empresa que temos orgulho de representar no Brasil e na América Latina. Mais uma vez mostrando seu compromisso com a inovação, em parceria com a @SFC Energy AG e o @Auto AG Group, a empresa lançou um gerador de hidrogênio móvel e livre de emissões, batizado de H2Genset. O equipamento viabiliza o uso do hidrogênio verde em áreas sem acesso à rede elétrica convencional, como em estaleiros de construção e em eventos ao ar livre, além de outras aplicabilidades, como alimentação temporária de postes de telecomunicações ou como fonte de alimentação móvel de emergência em caso de catástrofes.

A comissão especial da Câmara dos Deputados também já está discutindo o tema e buscando estabelecer pontos-chave para impulsionar a indústria do hidrogênio verde no Brasil. O que é encorajador, pois acredito que a criação de um marco regulatório que proporcione segurança jurídica e incentivos é fundamental para o crescimento desse novo mercado.

Unindo forças e frentes, sem dúvida, superar os desafios para transformar as oportunidades do hidrogênio verde em realidade é muito mais factível. A reboque, teremos dado um grande passo na construção de um futuro sustentável, contribuindo significativamente para contenção dos impactos negativos e maximizando nosso impacto positivo a nível global.

Escrito por Fredy Schneider, Diretor comercial na SEMAC
Publicado originalmente 
no Linkedin